quarta-feira, 11 de abril de 2012

Um jeito de ensinar

Janete Ulrich Bachendorf[1]
Perante o pluralismo de nossa sociedade atual, evidenciamos cada vez mais a Teoria da Evolução de Charles Darwin, presente em nós. Somos seres humanos, em constante processo de evolução, somos ativos, em busca do aperfeiçoamento e somos autodeterminados, protagonistas de nossa história.
Estamos vivenciando um “bombardeio” de novos olhares, novas dimensões, novos valores na vida e na educação. A educação não é neutra, é uma ação humana, baseada na filosofia de vida em busca do conhecimento. Nesta premissa, requer-se um jeito de ensinar. Ensinar significa: orientar, estimular o processo de ensino aprendizagem. O ato de ensinar não se reduz na ação de transmitir conhecimento. Ensinar requer uma abrangência de complexibilidade do fazer aprender a aprender.
Aprender e ensinar corresponde a um procedimento natural do ser humano. Pois estamos em constante processo de construção de conhecimentos e essa aquisição é constituída ao longo de nossa vida e em todas as instâncias. No contexto escolar, o processo de aprender e ensinar é um desafio a ser superado a cada momento, pois, o ato de ensinar e aprender são procedimentos complexos. Exige esforço e domínio, não resume-se, simplesmente em dominar o assunto a ser ensinado, ou sobre como ensinar. Requer do profissional fundamentação e conhecimentos dos pressupostos de sua prática e sobre o que realmente está sendo ensinado, quando ministra suas aulas.
Como mediadores do processo ensino aprendizagem, devemos ser criativos e oferecer aos nossos alunos a construção de conhecimentos, através de diferentes estratégias pedagógicas. Segundo MARTINELI (1996, p.12), “O educador deve buscar em si mesmo o verdadeiro sentido de “educar”, deve ser o exemplo vivo dos seus ensinamentos e converter sua profissão numa atividade cooperadora do engrandecimento da vida.” Sendo assim, cabe ao educador, ser inovador do jeito de ensinar. Conforme Paulo Freire (1996, p. 25): “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina a aprender”. Neste sentido, o autor Freire nos faz compreender que o ato de ensinar é tão importante, quanto o ato de aprender, pois ambos se completam. A assimilação dos conhecimentos é realizada simultaneamente perante o esforço estimulação e interesses pelo conhecimento. A criatividade é o diferencial entre as habilidades humanas, fundamental recurso didático, pois supera qualquer tecnologia.
            Sendo assim, um jeito de ensinar, requer do educador, a exploração em diferenciadas estratégias pedagógicas, para que assim, possamos contemplar e oportunizar as variações de níveis de aprendizagens existentes entre as pessoas. É nossa função, mediar, oportunizar o acesso e a construção de conhecimentos, por isso, devemos ser criativos, inovadores para despertar e manter o interesse do aluno.
Conforme os Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso - PCNER(2009 p. 41):
“Desse profissional espera-se que esteja disponível para o diálogo e seja capaz de articulá-lo a partir de questões suscitadas no processo de aprendizagem do educando. Cabe a este educador escutar, facilitar o diálogo, ser interlocutor entre a Escola e Comunidade e mediar os conflitos”. 
            É fundamental estabelecer um jeito de ensinar que priorize: o para que ensinar, justificando a meta e os objetivos; o que ensinar, contemplando conteúdos, fatos e habilidades; como ensinar estabelecendo estratégicas, planejamentos, o procedimento do desenvolvimento das aulas. Os recursos pedagógicos/didáticos/tecnológicos, são necessários para organizar e favorecer o processo de assimilação e construção de conhecimentos; a avaliação deve ser processual, contínua que identifique o processo de desenvolvimento pessoal e social.
Segundo os autores dos Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso - PCNER (2009 p. 41): “A Escola tem a função de ajudar o educando a se libertar de estruturas opressoras que o impedem de progredir e avançar”. Devemos ajudar o educando a compreender a sua realidade, e permitir-se a descoberta, assumir suas responsabilidades. Nossas escolas precisam ter seus objetivos voltados ao desenvolvimento da cidadania e a capacitação do educando para a sociedade econômica, social e política.
      O ensino, a aprendizagem e a avaliação são procedimentos fundamentais em todas as instâncias de nossas vidas. Pois, quem ensina aprende e quem aprende ensina, simultaneamente, e perante esse processo vão se avaliando.  O desafio de em um jeito de ensinar deve ser de renovar, encontrar nos profissionais da educação, bem como os seus educandos, novas alternativas diante das necessidades a serem superadas em nosso dia-a-dia. Em suma, um jeito de ensinar, requer, aprender e ensinar um jeito de ensinar.

Bibliografia:
FONAPER. Fórum Nacional Permanente de Ensino Religioso. Parâmetros Curriculares Nacionais. São Paulo: Mundo Mirim, 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo. Paz e Terra 1996.
MARTINELI, Marilu. Aulas de Transformação: O Programa de Educação em Valores Humanos. Ed. Fundação Petrópolis. São Paulo,


[1] Pós – Graduação em Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Curso de Graduação em Pedagogia – Habilitação: Magistério das Séries Iniciais do Ensino Fundamental, Ensino Médio: Magistério – Educ. Inf. Séries Iniciais e Ensino Médio de Educação Geral.  Acadêmica do 5º período do Curso de Ciências da Religião – Licenciatura em Ensino Religioso (PARFOR) Universidade Comunitária Regional de Chapecó - Unochapecó, no 1º semestre de 2012, no Componente Curricular Metodologia do Ensino Religioso, Professor Elcio Cecchetti. Cursando o último semestre do curso de Especialização em Mídia na Educação, oferta pela CAPES em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Assistente de Educação na EEB Nicolau Schoenberger – Cunhataí / SC, e Professora ACT de Série Iniciais do Ensino Fundamental de Nove Anos, na EIM Osvin Schmitt de Barra Grande município de Cunhataí / SC

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